Deputados do MDB catarinense oficializaram ontem, na Casa da Agronômica, residência oficial do Governo do Estado, a ampliação de espaço na gestão do governador Jorginho Mello (PL).
O partido, que já comanda a Secretaria de Estado da Infraestrutura, através do deputado estadual Jerry Comper, assumirá também o comando da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária, assim como uma terceira Secretaria, ainda a ser definida. A Agricultura e Pecuária será ocupada ou pelo deputado Antídio Lunelli, ou ao deputado Volnei Weber, ambos estaduais.
Já a terceira Secretaria deverá ser ocupada pelo deputado federal, e presidente estadual do MDB, Carlos Chiodini. Com isto, o suplente de deputado federal do MDB de Criciúma, Luiz Fernando Vampiro, assumirá uma cadeira na Câmara Federal no biênio 2025/2026.
A ampliação do espaço do MDB na gestão de Jorginho Mello abre as portas para que o partido, e o PL do governador, tracem uma estratégia para conquistar o comando da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, em eleição que acontece no dia 1º de fevereiro próximo.
Este tema não foi tratado na reunião de ontem, mas a convergência de interesses das duas legendas a partir de agora é elementar. Feito isto, as tratativas já passariam a ter como foco a disputa estadual de 2026, ocasião em que Jorginho Mello postulará sua reeleição.
A participação do MDB na majoritária encabeçada por Jorginho, ocupando a condição de candidato a vice, seria algo natural.
Tudo, no entanto, passa pela eleição da Mesa Diretora da Assembleia. Caso o MDB, mesmo ocupando mais cargos no Governo do Estado, sele acordo com o PSD do deputado estadual Júlio Garcia, para a disputa da presidência do parlamento estadual, Jorginho Mello precisará realinhar seu curso com vistas a 2026, apostando, provavelmente no Progressistas.
Finais
A bancada do PT na Câmara Federal decidiu apoiar oficialmente o deputado Hugo Motta (REP/PB) à sucessão de Arthur Lira (PP-AL), no que diz respeito à presidência da Casa. A decisão veio após uma rodada de conversas entre o PT e os outros dois candidatos à vaga, Elmar Nascimento (UB/BA) e Antônio Brito (PSD-BA), realizadas no início da semana. O Podemos também anunciou seu apoio a Motta, como também o Progressistas.
Lira endossou publicamente a candidatura de Motta, justificando que ele seria o nome mais capacitado para promover uma convergência entre os deputados na Câmara Federal. A corrida para a presidência da Câmara ganhou novos contornos em setembro, quando Elmar Nascimento e Antônio Brito firmaram acordo para unir forças. Até então, Lira sinalizava nos bastidores seu apoio a Elmar como possível sucessor.
No entanto, com a retirada de Marcos Pereira (REP/SP) da disputa, Lira optou por apoiar Hugo Motta, o que intensificou a disputa e reconfigurou as alianças entre os partidos que fazem parte da base do governo.
Este desdobramento pode ter forte influência na eleição presidencial de 2026. Observe que o PT irá votar e trabalhar pela eleição de um deputado do Republicanos à presidência da Câmara Federal. Mesmo Republicanos que abriga a filiação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que já foi Ministro da Infraestrutura do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Não é segredo para ninguém que o presidente da Câmara, assim como do Senado Federal acabem mantendo uma profunda relação política com o Palácio do Planalto.
Isto, por si só, poderá até mesmo inviabilizar uma aliança entre o PL de Bolsonaro e o Republicanos de Tarcísio de Freitas para a próxima eleição presidencial. Por outro lado, a puxada de tapete que o PT ajudou a dar nos pretensos candidatos à presidência da Câmara Federal, filiados ao União Brasil e ao PSD, poderá criar uma fissura no Centrão, empurrando parte deste bloco político diretamente para a campanha presidência do PL.
Vale lembrar que o Centrão elegeu 65% de todos os prefeitos e vereadores do país na eleição municipal deste ano.
