Júlia Zanatta no PP para ser vice do PSD

Presidente nacional do Progressistas, senador Ciro Nogueira, formalizou convite para que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) volte a se filiar na legenda, onde militou por mais de 20 anos. A principal vantagem, de acordo com Nogueira, seria a possibilidade do Progressistas das regiões Norte e Nordeste se aliarem ao movimento bolsonarista. Atualmente, as bases do partido nestas duas regiões são mais ligadas ao presidente Lula da Silva (PT) do que a Bolsonaro.

Em princípio, o ex-presidente Jair Bolsonaro não pretende mudar de partido, mesmo porque ele não poderá ser candidato na próxima eleição presidencial por estar inelegível. De todo modo, a abertura oportunizada por Ciro Nogueira poderá fazer com que Bolsonaro desencadeie uma série de desdobramentos para acomodar situações adversas em seu partido. Uma delas está justamente em Santa Catarina.

Em nosso Estado, o PL lançará o governador Jorginho Mello como candidato à reeleição, mas não é segredo para ninguém que Bolsonaro é amigo de longa data do prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), que também está trabalhando para ser candidato ao Governo do Estado. Em princípio, esta balança eleitoral entre Jorginho e João Rodrigues está bastante desequilibrada, em favor do governador. O Progressistas, no entanto, poderia ajudar João Rodrigues a ter chances de vitória, caso se aliasse a ele, especialmente se indicasse seu candidato a vice.

Em um cenário como este, a deputada federal Júlia Zanatta surge como um nome mais do que ideal para compor como candidata a vice de João Rodrigues, não pelo PL, seu atual partido, mas pelo Progressistas. Júlia é extremamente ligada a família Bolsonaro, mas especialmente ao ex-presidente e ao seu filho, o deputado federal licenciado, Eduardo Bolsonaro, o que oficializaria a digital do bolsonarismo também na chapa a ser encabeçada por João Rodrigues.

Vale lembrar que o Progressistas está inserido em uma federação com o União Brasil; aliança política esta que, em nosso Estado, possui seis deputados estaduais, um deputado federal e um senador, que se somariam aos três deputados estaduais e um federal do PSD, em um possível projeto oposicionista com chances de competitividade contra Jorginho Mello.

Esta configuração tiraria um peso e tanto das costas do ex-presidente Bolsonaro, pois ele tanto poderia optar pela neutralidade em Santa Catarina, nas eleições de 2026, como poderia subir nos palanques de Jorginho Mello e João Rodrigues, sem ressalvas, e melhor, com argumentos. Sem chances de concorrer ao Senado pelo PL, Júlia Zanatta provavelmente não se furtaria em atender um pedido de Bolsonaro deste quilate.

FINAIS

Comando do União Brasil de Balneário Gaivota bateu o martelo, ontem à tarde, e irá estimular sua militância a migrar para o MDB. A reunião que tratou deste assunto aconteceu na casa da vice-presidente do MDB gaivotense, Rosane Matias. Dentre outros, estavam presentes o deputado estadual Tiago Zilli (MDB), o presidente municipal do MDB, Joaci Silva de Oliveira, o presidente municipal do União Brasil, João Jaques, e o vereador Leonardo Coelho Dornelles. Em princípio, João Jaques assumirá a vice-presidência do MDB e o setor jurídico do partido irá trabalhar para viabilizar o ingresso do vereador Leonardo Coelho na legenda, sem risco de perda de mandato por infidelidade partidária. A maioria dos filiados do União Brasil também já confirmaram sua migração para o MDB, o que inclui, por enquanto, metade dos que disputaram a Câmara Municipal de Vereadores no ano passado.

Senador Sérgio Moro, do União Brasil, tem figurado como líder absoluto nas pesquisas de intenção de votos, com vistas ao comando do governo do Paraná. A empresa Paraná Pesquisas auferiu sete cenários distintos, com Moro disputando o governo de seu Estado com diferentes adversários. Em todos os cenários ele lidera com ampla vantagem. Dependendo do adversário, seu percentual varia de 39% a 64%. O senador ficou famoso em todo o país por conta da austeridade com que julgou os processos da Operação Lava Jato, desencadeada pela Polícia Federal, no início de 2014, que objetivou desmantelar um esquema de corrupção gigantesco ligado a Petrobrás. Os desdobramentos políticos da Lava Jato levaram a cassação da presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016 e a eleição do então deputado Jair Bolsonaro, em 2018, para o comando da Presidência da República. Por conta da fama, moro deixou o judiciário e entrou na política.

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Rolando Christian Coelho

Jornalista | Política